2 de abr. de 2014

MEU MUNDO EM CENA

Ando a procura do tempo atrás do aplauso
Travestida de lamúrias
Sem papel ou causo
Espero que as portas abram numa investida
Quer queira esta vida
Quer queiram as injúrias

Quando o homem contracenou com seu destino
Criei o melhor roteiro
Só por desatino
Mas perdi toda a graça que não dei
Nos olhos dos insanos
Hoje suplico a paz de meu caos derradeiro

Ah, o que fiz neste teatro com tanta platéia?
Escassa e parca indumentária!
Louca e lírica tal Medéia
Para Fausto seria uma  tal devassa
Ou para Otelo tudo confessaria
Mesmo com fé triste e ordinária

Saio de cena com meus planos em decadência
Devorando uma esperança
Réplica da decência
No mundo procurando
As vontades que considero alheias
Mas carrego a cortina como herança.