8 de abr. de 2014

NINHO DE PÁSSAROS

As colinas esperam que as árvores cresçam, que pássaros a colorem,
E para comigo, guardam um espaço.
Com meu passo, corro e espero qual sentinela a ouvir o por do sol.

Aguardo em suspense que os pássaros façam seus ninhos cheirosos,
Sentada na pedra mais elevada.
Numa fadiga estampada, percebo que as árvores contam seus segredos.

Minha colina tem fatores que ainda não existem no fim do mundo.
É sagrada, porque fico invisível.
Vivo o impossível, porque alcanço com as mãos os ninhos dos pássaros.

Parte da vida, uma só árvore me segredou, a outra, colhi sob seus galhos.
Se minha colina está sem flores
Pode ser dissabores, que um vento sem norte ou sul, lá perdeu suas sementes.

Os ninhos dos pássaros possuem a alquimia da atmosfera que em mim grita.
Nesta colina, o tempo transpasso.
É este meu espaço, que entoa a serenidade mais antiga, o silêncio da terra.