5 de abr. de 2014

ESPERANÇA

Por onde passa o tempo
Passa a porta
Que balouça a tranca
E destrava a vida

Apieda-se qual estorvo
Qual andante sem pudor
A frear seu destino
Onde houver frestas espiãs
Frestas que traem ideias
De voltas sem muitas idas

Por onde passa o tempo
Passa a morte
Que afrouxa a dúvida
E esfarela toda incógnita

Se o cão chora a dor humana
Chora o homem incapaz
De sentir a dor do cão
É porque finda a pauta
Já destruída e idosa
Nas mãos dos esquecidos

Por onde passa o tempo
Passa a vida
Onde a tranca fica aberta
Para a esperança aguerrida.