Por
onde passa o tempo
Passa
a porta
Que
balouça a tranca
E
destrava a vida
Apieda-se
qual estorvo
Qual
andante sem pudor
A
frear seu destino
Onde
houver frestas espiãs
Frestas
que traem ideias
De
voltas sem muitas idas
Por
onde passa o tempo
Passa
a morte
Que
afrouxa a dúvida
E
esfarela toda incógnita
Se
o cão chora a dor humana
Chora
o homem incapaz
De
sentir a dor do cão
É
porque finda a pauta
Já
destruída e idosa
Nas
mãos dos esquecidos
Por
onde passa o tempo
Passa
a vida
Onde
a tranca fica aberta
Para
a esperança aguerrida.