Vive
uma canção no sono de ninar.
Nana
neném, nana meu bem.
O
mundo é vasto, é parco, temeroso,
Mas
não nesta canção presente.
O
sol se põe inocente,
A
lua surge indecente.
Amanhã,
bem de manhã,
Bem
cedo, sem enredo,
Quando
a relva tomou seu banho,
Nascem
passarinhos a pipiar.
Deus
disse que em seu lar
Haveria
canções de ninar.
A
bailar nas cordas das fadinhas,
Vem
o sono do soninho
Despertar
as fantasias da despreocupação.
Passinhos
curtos de vida
Procurando
rumo e ida,
Ficam
sem pistas para a saída.
Vai
nanando nenezinho miudinho.
Mil
portas e portinhas ali te esperam,
Com
barquinho a te levar para além mar.
No
bosque espinho não faz ‘dodói’,
Deus
disse: “poderás ser um herói.
Seja
justo, e tu constrói”.
Fecha
os olhinhos para ver o Universo,
Ali
tem estrelas e estrelinhas.
Vem
chegando o amanhã bem gigante,
Com
uma conversa tola, doce...
De
acreditar, nem que fosse,
Vais
viver a vida de sabor agridoce.
Vai
nanando criaturinha
Na
inconsciência inconsequente,
Porque
vais dormir tão pouco.
Esperanças
te fornecerão a paz.
E
toda esta inocência vivaz
De
certeza, ficará para trás.