Por motivo de saudade
Vendi meu riacho
Um negócio mal feito
Uma tragédia de fato
Por motivo de tristeza
Entrei em efusão
Já nem lembrava
Que não tinha violão
Por motivo de ironia
Perdi certa experiência
Era do tamanho do mundo
Mas já sem inocência
Por motivo de piedade
Entreguei toda esperança
Vestidos os miseráveis
Esquecida toda a confiança
Por motivo de alegria
Joguei as flores para o céu
Derrubei várias estrelas
Para um coração incréu
Por motivo de fuga
Deixei a bagagem na estação
De volta ao destino
Não encontro a direção
Por motivo de medo
Levantei âncora no imediato
Vou navegar sem idades
Pois para viver não há contrato.