17 de abr. de 2014

PALCO

Inquietação de um socorro desajeitado
Que perdido numa beleza impossível
Visita o ego nu, e descortinado
Ah, sou um palco inconformado!
Tudo vislumbro
Pouco vejo...

Devanear qual animal livre e selvagem
Assolando a alma de um passado
Criando afago numa miragem
Quando a cortina cai é mensagem
Não sou o aplauso
Nem o apupo...

O silêncio finaliza toda inquieta trama
Caem-me os panos, os meus ultrajes
Toda vida que enfeito é um drama
Discurso só para quem diz que ama
Então apago a luz
Que não encontrei...

Pensamento que foge, rasteja, sem graça
Nesta inquietação daninha e desafinada
Noite numa taça moteja, que desgraça!
Coloquei no coração uma mordaça
No escuro
Perdi o medo...