As tímidas
flores do outono
Fecundam com o
amor do verão
Mas gestam na
primavera
Quando irão
nascer nos jardins sem donos
Aqui, acolá...
Até dentro de um
bom coração
Há ramalhetes de
esperança sob as folhas
Que caem sem
ofender estas sementinhas
Parece que Deus
as quer só para Si
Sem nossa mão ou
escolha
Envia anjos para
as colorir...
Tirando até a
vontade das avinhas
Os bancos que
estão na praça
Almofadados de
folhas coloridas
Esperam um ser
apaixonado
Que lhe desperte
todas as graças
Ah, a moça do
ombro amorenado...
Lá se vão as
florinhas das avenidas
Tenha calma,
vento impetuoso, devasso!
Estás a tirar as
vestes da Terra
Aqui neste
outono
Há criaturas de
todos os compassos
Frágeis, e até
amenas...
Seja só aragem,
não provoque guerra
As flores do
outono são tímidas
Pequenas como o pio
da ave no frio
Transformam-se
em ramalhetes nas auroras
Pois para elas
nada mais prima
Além do despudor
do galho...
Nu, na árvore,
as protege com seu brio.