Pertenço
ao barro
À
terra macia
Composta
de campos
E
densa mata soturna
De
minha prenhez
Sou
sua própria cria
O
que dita minha poesia
Já
nasce pronto
Pode
ser ideia vazia
Meu
maior pecado
É
calar o pensamento
Lavar
o cabelo com orvalho
Caído
da boca do sereno
De
uma noite solitária
Toda
desnuda ao relento
O
que dita minha poesia
Nasceu
comigo num tempo
E
agora me extasia
O
que faço de mim mesma
É
algo vil, inusitado
Proponho
ao ‘dolce far niente’
Uma
paixão descabida
Onde
o perigo esmorece
E
todo pudor foge aviltado
O
que dita a minha poesia
Está
contido no Universo
Ao
amor somente contagia