Quando vem a chuva,
nem todos se escondem,
nem a simplicidade é tão
singela.
É a terra que se banha
na canção das nuvens,
sob a vida.
A nossa, a que não
existe mais...
Toda a vida,
e aos pássaros que
respondem.
O sol com seu sorriso
molhado
enamorado da lânguida
era
que está a criar o caos
sob um grão de areia
serenado,
e quando a chuva cai no
mar
é o universo que
rerflete
através de uma estrela,
e por sobre algum
escombro
de uma história que
lacera.
Quando amanhece o dia de
chuva
o sorriso das árvores se
envaidece
com um guarda-chuva
irado.
Ele não guarda nada...
É como se a lama
escorresse
de um sapato sem ser
calçado,
então as vidinhas dos
insetos
louvam ao alimento da
água.
Até eles sabem que a
vida é uma prece.
O dia fecha as portas
para os omissos,
os que só sonham na noite,
e se a lua se pendura
num relâmpago,
chega o poeta e a
desprende.
Tenta enxugar-lhe o
desespero,
que a deixa fincada só
na madrugada.
Depois que o vento secou
a água,
e pode ser do pranto, ou
do céu...
Chega a saudade
vagabunda tal qual um açoite...