Quando era verdadeira a
esperança que vinha do sonho
A idade não tinha
pautas, datas ou escolhas
Eram manhãs
madrugadeiras
Que batiam na porta do
sol
Pedindo alguns raios
Um brilho para dança...
Então os pássaros
traziam orquestras de sonatas
Dividia-se o riso com a
distância sem existir pranto
Os esconderijos estavam
na alma
As mãos afagavam as
nuvens
Sem perfurar o céu
Cobrindo o universo de
traços
Rebuscados pela
infância...
Porque foi embora, saiu
de cima da flor
Vestiu-se de torpe
indumentária o humano que vive
Numa insistência sem fim
Para enganar toda a dor
Quão imensas são as estrelas
Quando se conhece metade
do caminho!
Com a ferramenta
necessária...
Para sondar os sonhos
vagabundos.
Malogro este arfar de
querer justiça com amor
Os pés não pisam um chão
em guerra
Nem as mãos esmigalham
ilusões
Que juntam as finitudes
Sempre que se alcança o
devaneio
Numa tarde noviça...
E então, acorda-se para
esperar.