Talvez
a espera não perturbe o silêncio das vozes da alma
É
que ser provável é ser inédito, basta ter calma
Quando
os sinos badalam, os pássaros fogem das vozes
Dos
homens que caminham sob o sol em meios atrozes
Nada
na quietude espanta o pensamento que ilumina
Toda
oração que o grito da vida implora, clama e anima
Na
longínqua serenata que as ninfas criaram para o amor
Poucos
corações foram encontrá-las ainda em flor
Porque
o desencanto tornou-se mágoa contrita
Dois
amores à cata de pássaros e sinos em prosa desdita
Foram-se
em retalhos mal colocados num sereno abraço
Por
onde a verdade do amor é bem mais sólida que um passo
E
todo dia em desvario e choro, o medo da perda insana
Que
a incapacidade faz crer que a distância engana
Numa
sensação de desamparo em meio a sonhos mal feitos
Mas
que o amor ensina a amar com ou sem jeitos
Podem
os sinos fazer os pássaros voarem calados para o infinito
Mas
não pode o homem imiscuir-se do que no amor está escrito