17 de fev. de 2014

LUAR DA MANHÃ

Manhã, colibris astutos e vaidosos
Fendem a madrugada ainda enluarada
Provocando as chuvas nos raios idosos

Lua, com cara de esperança sonolenta
Tenta ludibriar o sol todo airoso
A invocar a obscena loucura da tormenta

Ainda que o escuro descrevesse a morte
É provável que o dia conquiste outra consorte
Quiçá seja andarilha do norte

Uma preguiça adivinha e pagã
Trazendo a astúcia para virar o vento
E guardar n'alma o luar da manhã