19 de fev. de 2014

A SERPENTE DA TERRA

Não vou disputar a vida em guerra.
O dia está morrendo
A cada momento.
Este é um tempo sem descanso.
Envolve o amor.
Alguns falam dele com dor...
Eu canto.
Eu, sem pudor
Juro, adormeço na terra,
Agarrada à imensidão de sonhos,
Que me chegaram correndo
Sem palpites,
Sem honorários ou tormentos.
Pior que maldade
Sagaz, esta inóspita deidade
Cuspiu de sombras as luas.
Por fealdade ignoro,
A serpente que avilta o guerreiro,
Sibilando dúvidas cruas.
Sábia, vil e alerta peçonha.
Eu te encanto a ousadia.
Não tens vergonha
De possuir um ventre redondo,
De acariciar o solo,
Nem rastejar por ninharia,
Por ti e por mim,
Não disputo a vida em guerra.