Quando
eu pedir conselhos é porque não mais saberei andar só.
E
na velocidade da minha existência serei inigualável caule,
Já
não terei calma nem saudades, mas sementes ao léu.
Serei
um naco que frutificou olhando para o céu.
Passa
por mim toda existência sem a medonha cratera do medo.
Ah,
se os que me acompanham tivessem raízes longas!
Daria
em pencas o pouco que sei de mim finita.
Neste
momento, o que mais cala é o que grita.
Colher
da terra como colher da alma todo broto da esperança.
Pedir
assim, que abram um poço, os que nada veem,
E
dentro dele, gota a gota, ver jorrar amiúde, sequelas.
Disfarçando
do mau plantio, todas as mazelas.
Cabisbaixo
vai o pensamento envergonhado e árido.
Tanto
questionou, e todos responderam afirmativamente.
Errou
a previsão de meu tempo, deu sempre a dúvida.
Deveria
ter esquecido no poço a sede súbita.
Nem
todos os frutos dão sementes visíveis.
Mau
conselheiro foi meu instrumento de plantio.
Conhecerei
então, somente algum rebento.
Deixando
para o amanhã, meu tempo.
Os
que trazem ao colo sua colheita.
Colorida,
ou desprovida de fartura,
Alhures,
para mim é demasia,
É
pouca, toada de poesia.
Vou
indo embora pequena,
Abraçada
no porvir,
Na
imensidão
De
uma mão.
Sou
eu e Deus.
Terra
e semente,
E
a água escassa
A
vida
É
ida,
A
volta, sou eu.