30 de jun. de 2014

NAVEGAR

Difícil será navegar com velas rotas
Numa nau sobre um mar confuso
Até as águas dividem-se
Sob a égide das infrações
De um tempo difuso

O deserto não estaria tão longe e árido
Se os pensamentos plantassem doces refrigérios
Nem a Terra mover-se-ia
Quando os medos do mundo
Não acolhessem mistérios

Navega-se a alma sonhando com os portos
Na certeza de que até o medo seja alado
E um dia as águas unir-se-ão
Com vagar numa âncora sinaleira
Viverá a fé em qualquer lado

Da proa à popa deste Universo infinito
Nada faz findar a esperança
Mesmo que uma nau seja triste
Navegará sobre a água seu caminho
Vivendo a vida com os pés de criança.