Difícil será navegar com
velas rotas
Numa nau sobre um mar
confuso
Até as águas dividem-se
Sob a égide das
infrações
De um tempo difuso
O deserto não estaria
tão longe e árido
Se os pensamentos
plantassem doces refrigérios
Nem a Terra mover-se-ia
Quando os medos do mundo
Não acolhessem mistérios
Navega-se a alma
sonhando com os portos
Na certeza de que até o
medo seja alado
E um dia as águas
unir-se-ão
Com vagar numa âncora
sinaleira
Viverá a fé em qualquer
lado
Da proa à popa deste Universo
infinito
Nada faz findar a
esperança
Mesmo que uma nau seja
triste
Navegará sobre a água
seu caminho
Vivendo a vida com os
pés de criança.