O absoluto é um
inquérito sem sentidos,
um abraço que perdeu o
viço.
uma dor qualquer,
uma soma do astuto com
os desiludidos.
E quando a realidade é
fecunda e feroz,
até o amor entrega-se
aos que não amam.
Cego, perde-se
para uma vaidade omissa
e veloz.
Ah, a vida é completa
quando singela.
Cabe no coração junto ao
sentimento de paz.
Livre como o pássaro,
numa ermida pintada no
céu em aquarela.
E na tempestade de
tantos caminhos solitários,
é triste para o que não
levou bagagem,
nem um cajado,
nem a amizade para
espantar adversários.
A mão que acaricia a
face do juiz impiedoso,
não apela por
banalidades de carinhos.
Quer o medo,
mas então, porque fica assim o sonho animoso?
Nada é absoluto, nada
tem retornos ou partidas.
Finca-se tudo num abraço
aguerrido.
Luta-se enfim
como atributo para um
amor que não fez dívidas.