9 de jun. de 2014

ABSOLUTO

O absoluto é um inquérito sem sentidos,
um abraço que perdeu o viço.
uma dor qualquer,
uma soma do astuto com os desiludidos.

E quando a realidade é fecunda e feroz,
até o amor entrega-se aos que não amam.
Cego, perde-se
para uma vaidade omissa e veloz.

Ah, a vida é completa quando singela.
Cabe no coração junto ao sentimento de paz.
Livre como o pássaro,
numa ermida  pintada no  céu em aquarela.

E na tempestade de tantos caminhos solitários,
é triste para o que não levou bagagem,
nem um cajado,
nem a amizade para espantar adversários.

A mão que acaricia a face do juiz impiedoso,
não apela por banalidades de carinhos.
Quer o medo,
mas  então, porque fica assim o sonho animoso?

Nada é absoluto, nada tem retornos ou partidas.
Finca-se tudo num abraço aguerrido.
Luta-se enfim
como atributo para um amor que não fez dívidas.