14 de jun. de 2014

VIDA DO TEMPO

A sombra foi andando com medo do tempo
Quanto mais andava
Mais endoidava
E o tempo ridículo, ria deste incremento
É que a vida não foge com disfarces.
Nem vai ficar como alento

A face que reflete no espelho da parede
Não vai deixar a verdade emitida
É mentira invertida
Mesmo que o universo segrede
Para a sombra, vida ou toda esperança
A realidade ri-se assim, adrede...

Lança-se as mãos para um céu colorido
Das nuvens fazer moradas
Brancas e enxaguadas
Como uma casa com telhado indefinido
A espera que o tempo a proteja
De um sonho bem antigo e já corroído

Ah, mas a vida não possui tempo para sobras
Nem o tempo para esperas
Ora, deveras
Por mais que se sejam concluídas  as obras
De uma existência de idas e voltas
Será a consciência infinita cheia de dobras.