19 de jun. de 2014

RUELA


Passava eu com meus trastes penhorados
Ocultando-me do que 'nãoseioquefazia'
Numa ruela tosca e definhada
Como viajante do entardecer
A lamentar tempos ignorados
Sob uma casaca abrutalhada

Parco e lodoso este meu desalinhado tédio
Tão sagaz que faz-me questionar as  iras
Esta felonia que dita vida
Num sentido revoltado
Já nem sei se sonho por assédio
Sei que minh’alma vagueia dorida

Em fim, passava eu como esperançado viajante
Dosando pecados mal cometidos sem duvidar
Em vão domar o destino teimoso
Fitei todas as quimeras de esperança
Nesta ruela, deito ou sigo adiante...?
Sigo, meu pensamento é ruidoso.