Quantas vezes o tempo
sobe trôpego
a ladeira de uma vida!
E são tantas as subidas
quem nem o vento,
a dúvida e a morte
carrega o que sustento.
Se a alma é invento,
quão correta é sua jornada,
neste tropel de
esperanças!
Um querer por inteiro
sem nenhum invento.
Nem sonhar é obrigação,
mas em mim é todo
incremento
Nem sempre a morte cerra
os olhos da eternidade,
quando aqui adormece a
vida
na calada da ilusão,
nem se compra argumento,
para tanta omissão
deste meu tempo avarento.
Sobe suarento este dia
que entorna a noite,
esparramando ladeira
abaixo
tanta porta fechada!
Sem nenhum aposento,
para guardar tanta
imaginação
no fundo do meu sonho atento.