28 de jun. de 2014

FIGURAS DE VIDA

Quando o vento pergunta à vida
se não é por acaso,
que é assim tão exibida
lasciva, e repleta de nascimento.

Quanto à tormenta, é mais agressiva,
encontra perguntas na tragédia,
quer saber se não é uma diva,
que para o amor a dor ostenta.

Quando a brisa questiona o tema,
se faz suave, mas fingida,
para ela tudo cheira a alfazema,
até a mortalha pode ser uma poetisa.

Ah, a tempestade carrega a vida,
interpela aos lamentos,
pois quer ser bem acolhida.
Tira-lhe a esperança, mas lhe tem amizade.

E todo ar que sai da boca da vida,
já é matéria e discernimento,
Jamais nos quis de alma ferida,
mas nossos medos acariciar.