Sei lá
Quando o vento sopra
Sei sim, que leva o invisível
Dos amores que fogem
Neste tempo intraduzível
Sei lá
Se vou juntar-me à morte
Sei sim, que ela não volta
Pode encontra-me descabelada
Junto à tormenta que me escolta
Sei lá
Quando o Xamã faz a magia
Sei sim, que o Espaço o ampara
Mas o cheiro do vento açoita-lhe o delírio
Abraça a árvore como obra rara
Sei lá
Se vou juntar-me ao rito
Sei sim, que não fico alheia
Ao encontro do vento com a inércia
Não ouço do caos, nenhum grito
Mas creio que ainda vivo sem ter vindo...