10 de mai. de 2014

ABUNDÂNCIA

...e depois a terra não responderá,
nem sentirá que aí estás.
Tua pressa,
teu fecundo mundo planejado...
Bem acima do horizonte calado,
tambores recepcionam teu lamento.
Saístes de casa,
para entrar num futuro sem fim.
E se voltares com os braços cheios de amores,
serão os dias caídos e culpados
da  traição,
pois abandonastes a prudência.
À semelhança do sol, é tua imprudência,
cálida e atraiçoada pela lua imatura.
Então foges,
porque o céu se distancia dos teus medos.
Não perdoas a bondade das estrelas,
pois é injusto não poder concebê-las.
Tanta abundância!
Agora consola-te com um punhado de terra,
só ela amou e odiou tanta guerra.
Nos dias em que davas as mãos às venturas
Nada recolhestes,
E em fim de tanta abundância, a solidão.