A
parte mais fiel do meu dia
é
a parte em que adormeço,
onde
esqueço
que
o dia já foi meu.
E
quando a aurora chega,
entrega-me
as armas
das
almas
do
sonho que morreu.
Assim
triste carrego o dia
qual
mãe sem esperança,
que
ao filho alcança
a
paz que já perdeu.
então
o caule brota na água
sem
semente faz raiz,
e
para o solo diz
que
a flor não venceu.
Vou
vivendo de partes truncadas,
começos
até definhados,
chorando
os cantos afinados
porque
o sol me esqueceu.
Trago
um amargo dos dias
que
me prometem bonança,
mas
só restam lembranças
de
tudo que Deus me deu.
Faço
uma prece pequena,
porque
o dia é uma vida
e
nela está contida
o
apelo que adoeceu.
A
parte mais fiel do meu ser
é
parte que se humilha ao mundo
e
pede bem lá do fundo,
salve
o que já sofreu.