7 de mai. de 2014

ORGULHO

O orgulho é um espelho
Antigo e sem moldura
Tornando o ego um entulho
A mirar-se sem candura

Podem os versos cair em descalabro
Ao prantear este reflexo macabro...

O felino ronda as margens opostas
Da virtude calada e sem ousadia
É o destino que joga sem os naipes
As marcas nas cartas da tirania

Poderá assim perder o homem o humano
Se viver para deitar seu sono no profano

Sem a face da certeza
As orações se findam no charco
Onde os passos perdem degraus
Qual refinado status da nobreza

Quando mirar seus pés sem arrimo
A chuva terá atapetado sua trilha em limo

O bem que faz a doce alma
Aos olhos da consciência justa
É o bem que ronda a Terra
À idéia magérrima ou robusta

Viver e morrer sem prévio aviso
Sobreviver sem ter residido no paraíso.