Ah, não voltarei!
Estou tal qual a distância:
um pecado.
E do cretino, vem uma nostalgia...
Uma dor como epidemia,
não tem cura nem importância.
Para o tempo voarei.
A dúvida é uma esperança,
que medra a voz de todo infeliz,
mas não eu.
Aqui sou um fardo de linhas,
domando abelhas rainhas
encantadas com uma meretriz,
que no amor encontrou confiança.
Ah, não voltarei!
O equívoco está sem espaço,
vivendo do acaso.
Aproveito esta trégua do tempo,
para inundar-me de vento,
porque o caminho eu traço.
Se perder a luz, a fé buscarei.
Chorar, até é indecente
neste punhado de vida colorida.
Delícia é conhecer o passado!
Deslumbram-me as portas que adentrei,
é uma graça que não inventei.
Aqui, nem procuro a saída,
porque o universo é meu confidente.