13 de jan. de 2014

PASSAGEIRA

Esta vida
que às vezes desgraça,
que sempre vive...
Eu sou um privilégio,
comum ser humano.
Sou um nada atroz
observando...
Escutando...
Calada.
Sou um “se”,
antes do “após”,
que em nada permanece
diante de tudo.
Sempre aqui, acolá...
bem além da minha dor.
Dos traços descritos
sou início de ponto
sou um “por vir, talvez....”,
Nas notas trêmulas
de uma música doentia.
Começo apoucado de uma grande composição.
Sou feto prematuro,
sou a decisão que padeceu,
sou pergunta gritante
sem bocas que falam.
neste tempo inédito,
nestes meros segundos.
Fratura do destino...
Eu sou o que vejo:
muita desgraça.
muito medo de ser quebrada.
Sou uma “ideia” das pedras,
um pouco além do mundo.
Sou indecisão
que pensa em nascer.