PASSAGEIRA
Esta vida
Esta vida
que às vezes
desgraça,
que sempre
vive...
Eu sou um
privilégio,
comum ser
humano.
Sou um nada
atroz
observando...
Escutando...
Calada.
Sou um “se”,
antes do
“após”,
que em nada
permanece
diante de
tudo.
Sempre aqui,
acolá...
bem além da
minha dor.
Dos traços
descritos
sou início de
ponto
sou um “por
vir, talvez....”,
Nas notas
trêmulas
de uma música
doentia.
Começo
apoucado de uma grande composição.
Sou feto prematuro,
sou a decisão
que padeceu,
sou pergunta
gritante
sem bocas que
falam.
neste tempo
inédito,
nestes meros
segundos.
Fratura do
destino...
Eu sou o que
vejo:
muita
desgraça.
muito medo de
ser quebrada.
Sou uma “ideia”
das pedras,
um pouco além
do mundo.
Sou indecisão
que pensa em
nascer.