Há sonhos que
parecem que nascem do meio do outono
Outros só
acordam em setembro
Há outros
ainda, e tantos
Que esperam
dezembro
Mas os meus
são medonhos
Estão sempre
sonhando
Em qualquer
pesadelo
Há caminhos
que fogem levando todos os espaços
Outros gostam
de dias frios
Há tantos
vivendo a fugir
Que acabam
descendo os rios
Mas os meus
são bons vizinhos
Estão sempre
caminhando
Em qualquer
meio fio
Há dias que
acontecem por um acaso do entardecer
Outros raiam
como nubentes
Há outros
enfeitados de nuvens
Que fingem-se
ausentes
Mas os meus
degustam mitologias
Anseiam
diariamente
Sempre a mais criações
Há pessoas
que aguardam um olhar, um abraço, algum quê...
Outras
encontram o tempo perdido
Há outras que
querem perder tudo
Mesmo esquecendo
um pedido
Mas eu, ando
das popas à proas
Estou sempre
pessoalmente
Aqui ou não
sei aonde...