19 de out. de 2014

EXCLUIR DEFINITIVAMENTE


Penso que escrevi bem indefinido um poema casual, todo banal
Metade de uma página imortal
Outra metade informal
Delírio fatal
É como uma tecla de um piano semitocada, surreal, nada genial
Um texto indelével e outonal
Não será nada original
Portanto, sem final
Se falo de amores, d'uma grande saudade crucial, não é bom sinal
É meu dever quase passional
Só escrever, afinal
Sou racional
Quando os pensamentos ficam em estado terminal um caos invernal
Amasso este rascunho brutal
Rasurado num jornal
Em diagonal
É porque já é tempo emergencial para eu desfazer todo este nulo pedestal
Minha lágrima não é feita de cristal
Posto tudo isto como arsenal
É poesia criminal
Tanta mesura faz um sonho matinal para uma inspiração louca e frugal
É assim, sem paixão formal
Igual cantiga de Natal
E uma dor mortal...
Que penso incondicional, tratar-se estupidamente
De um poema esmigalhado e incoerente
Meu caro mestre incompetente,
Vou me excluir definitivamente.