5 de ago. de 2014

OLHAR


Os olhos passam indolentes
Serenos como sonhos imaturos
Sob um amor apressado
Que só ouve a lua
Esta cínica
Usurpadora!
Que também conhece paixões...
Mas suas conquistas são indiferentes.

O glamour de fartar-se de vaidades
Deixa uma tristeza vil no espelho
Que se iguala ao pranto
Um desalinho do equívoco
Tão sutil
Tão derradeiro!
Quanto vale iludir-se por uma dúvida
Se mais tarde tudo aparece nas saudades?

O que se vislumbra sobre os valores
São as singelas ilusões de sonhos
Alguns tão soberbos e tontos
Desapaixonadas manias
De amar
Desgraçadamente
O que o coração quer tão perto da alma
E a distância a encher a dor de flores.

Chama-se calmaria à relva sossegada
Tão pacata quanto os olhos da noite
É bem assim que se pranteia
Na quietude de outrora
Mas nada repousa
Onde há espera
Há tanta verdade num campo florido
Onde o olhar, há tempos já fez morada...