Às vezes a ira toma conta da minha condição
humana.
Quantas vezes
surpreendo-me a questionar o porquê de envelhecer, se é para tornarmo-nos
dependentes, frágeis, débeis, inúteis...
Sei que ouvirei
argumentos divinos dos religiosos, científicos de médicos, filantrópicos de
políticos, piedosos das ONGs... Argumentos que ainda não me convenceram.
Há algo de
contraditório, principalmente nas religiões, crenças e seitas, quanto à
imortalidade.
Falta comunicar aos
incautos vaidosos que, serão eternos sim, mas não aqui. Convenhamos.
Não sou descrente,
existe um mistério; creio no milagre da vida, aqui ou em outro universo, mas
alguém me falar que morrer é o fim... Há algo errado, e desde o
princípio.
Alguém se esqueceu de
acrescentar alguma palavra no ‘texto da existência’, ou trocou os termos, lá no
início da nossa história, quando ainda éramos amebas.
Os cientistas, agora
começam a descobrir os mistérios do envelhecimento. Eles não sabem ainda que
não há segredo, e sim, somente vida; e vida aqui, um dia vai embora.
Tanta mídia, tanto
marketing em torno do assunto juventude,
que começo a acreditar que o diabo existe.
Conheço pessoas com a
idade de 90 anos que se submetem a horrores de masoquismo para aparentar o tal
"em pleno vigor" na aparência, ao menos: academia, moda, silicone,
plásticas... E vivas aos laboratórios.
Meus cabelos brancos
estão em paz comigo e com a vida que trago em meu peito, não gostam de tintas,
nem eu.
Estas pessoas de
idade avançada que aparentam 40, 50 anos, são vazias. Inseguras e, acredite,
imaturas. Estão competindo com a criançada, ridículas.
Aí está, para que
envelhecer então, se é na idade avançada que está toda a nata da sabedoria e da
experiência? E justamente, nesta fase, que colocaram o nome de ‘senil’, que
tudo vira borrão.
É a etapa da vida
onde as portas não ficam mais bem trancadas, e recebem as visitas do Srs.
Alzheimer, Parkinson; Sras. Cervical, Osteoporose, mas nem todos aceitam suas
amizades, e os que as aceitam resignam-se e tornam-se de fato senis.
Mas a preocupação há
qual muito me faz questionar, é a da prepotência em se manter jovenzinhos e
dentro desta mentalidade acontecem barbáries, distorções, pedofilia, violação
de menores e vai até a maus tratos de animais, a lei protege pelo fator idade,
mas eu diria que uma bela coça faria muito bem, não dizem que depois de velho
se vira criança? Então. Ah, mas existem tipos que são idosos só quando lhes
convém, só querem melhorar a parte de fora, carcaça.
Aparecem coisas por
aí grotescas, como peitos com kgs de silicone, me perdoem os homens, mas há
casos nojentos de se observar, fico imaginado tudo aquilo suado! Peitões
turbinados e para baixo tudo enrugado.
Estou chegando lá,
mas me pergunto: cadê o CÉREBRO?
Sei que muitos se
enfurecerão com minhas colocações e questionamentos, ‘ora, quantas pessoas
idosas que nos dão bons exemplos, boas orientações, aulas de sabedoria... E
bla, bla´’. É isto: ‘quantas’! Mas não TODAS.
Crianças fazem coisas
de crianças, os jovens seguem na sua incapacidade de se orientarem e lá mais
acima um pouco, a tal glândula se acomoda e viram adultos, questão de poucos
anos, o melhor da existência, mas rapidamente tudo vai despencando. Voltam a
ser crianças, somente. Se ao menos voltassem à maturidade...
Reflitam antes de criticar
meu desdobramento em tentar achar a parte divina de tudo isto.
Creio em Deus, é a
minha existência, até este momento, porque a única coisa prática e fora de
dúvidas que deve funcionar é meu cérebro, e deixo como liquidado e em suspenso
o tempo que me resta.
Perdoem-me os
laboratórios, os esforços científicos, os plantões de estética, os cirurgiões
plásticos. Mas devo dizer que, quanto mais lapidarem as idades, menos cérebro
restará, porque o tempo não se prende, mas o conhecimento, a sabedoria, a ética
e o bom senso, sim. Por tudo isso penso que as crianças não têm mais avós.