11 de out. de 2013

MARUJAR



Não pensa, não pesa, não mate o tempo.
Um dia, qualquer hora,
O vento sopra ao contrário,
A proa encosta na popa.
Nem a bússola vai te encontrar,
Não geste o sofrimento.

Se te alegram as velas da tua nave,
É porque navegas na liberdade.
Nada sabe o mar inocente
Dos astros que te guiam.
Eles entendem o esquecimento,
Mas tu, marujo, nada sabe.

Quando a solidão fabrica sons no universo,
É porque a vida navega
Em protesto à honestidade dos anjos,
Que te regem no caos,
Sob as velas da sorte,
Para que o amor não te seja o inverso.