26 de abr. de 2013

ÉS TU





Quem és tu, que observas o tempo
Como voraz caçador
Que apieda-se da presa...?
Que ainda não sabe perder-se
Abandonar-se
Nem temer a morte.
Mas te querem sem o momento
Um instante
E vai-se com o vento.

Serás tu, um anjo que amou em demasia
Sem temer os pesadelos
Dos homens conflitados...?
Que não sabem amar-se
Ou encontrar-se,
E vivem de apelos
Sugam os sonhos dos dias
Nos contrastes
Qual vaidosa e sonhadora Maria.

Sei que és tu, com um olhar felino
 Acaso tens pudor
Das trevas ou das luzes?
Tantas vezes vivi para perder-me
Ou esconder-me
E sempre estivemos juntos
Dentro ou fora de um ninho
À deriva da vida
Como mero inquilino.