19 de ago. de 2016

SAUDADE É VIDA


É que de repente parece que nada mais importa
Quer seja com a alma
Quer seja com a raiva, o amor, a felicidade, a dor, a saudade, a ausência...
Nada conforta. E tudo é consciência.

Se a casa cair, não será tão catastrófico afinal
Pode ter havido um raio
E ali há de nascer uma árvore, uma pedra, uma ponte, um rio, uma miragem...
Nada é fatal. Então, nem a coragem

Quando o tempo fica para trás a medir espaço
Como se não houvesse ninguém
Para correr do destino, resignar-se à toa, perdoar às tontas, pedir uma graça...
Haverá colapso, se a ilusão usar mordaça

Conserva-se a tristeza para poder sorrir às ocultas
É pecar sem clemência
Quando da vida colhe-se orvalhos, flores, sementes, dias, noites, sinfonias...
Ideias insepultas, encharcadas de melodias.

Sonhar o que já foi perdido é secar uma lágrima com a saudade
Quer seja com derrotas
Quer seja com a vitória, a crença, a loucura, uma bravata, muita audácia...
Não existe a idade, só o viver com eficácia.