Este
amanhecer que me parece uma saudação
Foi forjado
com a felicidade da vida
Há quem fale
de infelicidades
Até em morrer
de suicídio!
Oh, como
ainda não sabem
Que a vida é
uma solução!
Não há querer
que não procure um grande amor
Que anoiteça
bebendo um crepúsculo
Pintado ao
léu ou por Deus
Que seja! É
infinito
E também
verdadeiro
Como um
jardim e uma flor!
Que néscio e
frio este vento que vem do orvalho
Não me parece
astuto este soprar
Querem
cobertores para a lua
Que
calamidade!
O sol está a
rir-se
Porque a
beleza quer agasalho
E amanhece. Amanhece
como um dia de festa
A mim parece
que sou feliz
Outros
sentem-se avariados
Que incautos!
É só abraçar
o Universo
Ele está a
tocar sempre uma seresta
As finitudes
da madrugada são todas traiçoeiras
Ao ébrio
cabe-lhe a solidão
Ao sóbrio uma
labuta incerta
Multidões de
sonhos!
Uma
insensatez de alvorada
E todas ficam
solteiras
Assim, o dia
inicia como uma alcoviteira bem intencionada
Parece-me que
uma chuva se avizinha
A fingir
certa relevância
Ai, que
traição!
Ah, como as
nuvens mentem
Para esta
próxima jornada!