8 de jul. de 2015

SILÊNCIO

O silêncio chegou acanhado sem pedir licença
Assentou-se na relva inquieta, tão só...
Foi quando o mundo resolveu reclamar
Que a vida é curta
Que o tempo passa
Que a saudade é viva
Que o pranto ilude
Que o amor foge tão fácil...
Tão de repente
E se ficar, só o tempo, a vida e silêncio dirão
É tão duvidoso crer só na palavra!
Estafante sonhar sempre o mesmo sonho
Mesmo que ele finja ser um pesadelo...
Quando o sol raiar ele estará esperando
Que o alimentem com uma bela promessa
Quão vaidoso e desonesto ele é!
Deve-se silenciar os jardins da alma
Para que o coração pare de contar borboletas
Ah, e elas são tantas
E tão indolentes...
Vivem em todas as fontes
Até na solidão.
Ai, se o amor tivesse voz
Assim como o mar, os rios...
E se sozinho soubesse viver!