9 de jan. de 2015

PALAVRAS


Palavras que voam, que têm olhos
E deixam-se pousar lânguidas
Nas asas de uma borboleta
São palavras eternas
Maternas
Se voam são ternas
Se não voam...
Ah, são palavras sem borboletas.

Palavras que escutam, que fogem
Das ventanias traiçoeiras
Para um mundo perfeito
São palavras faladas
Amadas
Um pouco desajeitadas
Só escutam...
Ah, são palavras sem sujeitos.

Palavras beijadas em uma lauda
Espreguiçam-se na alma do poeta
Como um sonho descabido
São palavras cheias de dias
Vadias
Saturadas de nostalgias
Em bocas beijadas...
Ah, são palavras sem amores perdidos.

Palavras que oram às esperanças
Vagueiam pelo tempo maravilhadas
Escrevendo até caminho alheio
São palavras despidas
Divididas
Mas jamais esquecidas
N’alma dos que oram...
Repletas de desejos e anseios.