Palavras que
voam, que têm olhos
E deixam-se
pousar lânguidas
Nas asas de
uma borboleta
São palavras
eternas
Maternas
Se voam são
ternas
Se não
voam...
Ah, são
palavras sem borboletas.
Palavras que
escutam, que fogem
Das ventanias
traiçoeiras
Para um mundo
perfeito
São palavras
faladas
Amadas
Um pouco
desajeitadas
Só escutam...
Ah, são
palavras sem sujeitos.
Palavras
beijadas em uma lauda
Espreguiçam-se
na alma do poeta
Como um sonho
descabido
São palavras
cheias de dias
Vadias
Saturadas de
nostalgias
Em bocas
beijadas...
Ah, são
palavras sem amores perdidos.
Palavras que
oram às esperanças
Vagueiam pelo
tempo maravilhadas
Escrevendo
até caminho alheio
São palavras
despidas
Divididas
Mas jamais
esquecidas
N’alma dos
que oram...
Repletas de desejos
e anseios.