Já que o amor
insiste neste mundo afobado
Passando pela
minha janela
Como um
condenado
Dou-lhe
ouvidos
Até aceito
ser louca também
Assim como
tempestade passageira
Me divirto
como ninguém
Em amar tudo
que passa por uma janela
E tudo é passageiro...
Ai que dó de
morrer assim
Ou não...
Com o fio da
meada na mão.
O vento fecha
a janela em uma noite agressiva
Fecha com ela
meu sonho
Qual deusa fugitiva
Espiando
pelas portas
Onde os
amores pedem asilo
E são tantas
ilusões desiquilibradas
Que até em
lágrimas tropeço e vacilo
Em meio a um
vendaval tristonho
E tudo
passa...
Ai que dó de
ver o espelho chorar
Ou
permitir...
Mesmo sem
nada refletir.
Já que o
tempo se mostra despido
Para a vida
que passa
Neste mundo
envelhecido
Estou de
malas feitas
Trancando
minhas janelas
Vou viajar
para toda era
Não
respeitarei as cancelas
Porque não
carregarei a desgraça
Para meu
deleite...
Ai que dó de
ser de repente
Ou não
voltar...
E tudo amar.