Quem és
tu, que observas o tempo
Como
voraz caçador
Que apieda-se
da presa...?
Que
ainda não sabe perder-se
Abandonar-se
Nem
temer a morte.
Mas te
querem sem o momento
Um
instante
E
vai-se com o vento.
Serás
tu, um anjo que amou em demasia
Sem temer
os pesadelos
Dos
homens conflitados...?
Que não
sabem amar-se
Ou
encontrar-se,
E vivem
de apelos
Sugam
os sonhos dos dias
Nos
contrastes
Qual
vaidosa e sonhadora Maria.
Sei que
és tu, com um olhar felino
Acaso tens pudor
Das
trevas ou das luzes?
Tantas
vezes vivi para perder-me
Ou
esconder-me
E
sempre estivemos juntos
Dentro
ou fora de um ninho
À
deriva da vida
Como
mero inquilino.