Algo se assemelha ao vento quente
Quando julgo orar inclemente
Num sofrível dilema de pouco alento
Imaculada é minha prece surreal
Dedicatória ínfima, um amém banal
Fazer crer no que não creio, assim parece
Dilema, este, que me acusa ofício incerto
Lascas de um tempo afoito e esperto
Qual uma súplica desnorteada em sacrifício
É como pedir uma graça jocosa em manifesto
Jurar inocência nem sempre é protesto
Mas orar, Senhor, também não é ser religiosa.